domingo, 27 de dezembro de 2009

Poupee Girl

E eis que volto para os dias de menina...
Mesmo quando os tão falados 21 batem a porta da menina do quarto cor de rosa, as manias antigas não vão embora.
Lembram daquelas brincadeirazinhas de menina... de vestir boneca, brincar de desfile de moda,bancar a stilist? Lembram? Certo... agora transfiram tudo isso para o século 21, tamanho 2010...com toda a tecnologia japonesa... conseguem imaginar?

Bom, se conseguiram, agora pensem um pouquinho menos. Acho mesmo que fiz uma tempestadezinha por nada. Tô falando de uma coisinha chamada Poupee Girl. [clica ai]
... que é um sitezinho bem rosa, meninão, com cara das harajukus. e lolitas.

Sou novinha por lá, mas nesse período de folga, quando eu mais ou menos que 'botei o jaleco pra lavar' (piadinha interna), descobri num desses blogs preferidos da vida o Poupee (pronuncia-se pupe), que é o seguinte:

... um site japonês, com versão em inglês e um tutorial em português, de moda e estilo. Lá você cria sua poupee, bonequinha virtual que você pode brincar e vestir a vontade. O site tem sua moeda interna, que são os ribbons... tudo o que você faz, perde e ganha ribbons.
Você tira foto das suas coisas -tipo roupas, acessórios, maquiagem, e blá blá -posta no site e ganha dinheirinhos. As pessoas olham, comentam e você ganha dinheirinhos. E com esses dinheirinhos bonitinhos, você compra roupas de marcas famosas e etc e tal, e vai ficando rica e poderosa, etc e tal. Legal.

Não se interessou? Sem problemas, não precisa dar bola. Basta só me ajudar. Faça seu cadastro, saindo do link desse blog. Assim eu ganho dinheirinhos e vou comprando coisas.

Achou esse post ridículo? Tá me achando uma criançona sem infância? Sem problemas... eu tô de folga, morrendo de saudade do meu jaleco, de bobeira num mês absurdamente pagão, e cá entre nós, em alguns dias os maravilhosos 20 chegarão ao fim. Eu tenho mais é que aproveitar e ser menina... os 21 podem assustar.


Ninna... há coisas bem legais por essa rede.

domingo, 13 de dezembro de 2009

And heaven knows...

E quando tudo pareceria por fim, sucumbir à calmaria e normalidade, eis que surgem velhos e novos problemas e enredos agridoces...
... há quem escolha versar sobre guerras e tragicomédias. Eu, por outro lado, traço apenas as linhas da vidinha morna, esta que me sobrevem agora, após cenas trêbadas e 'sofrêguidas' [suspiro]
Que a mornidão dos dias escaldados não seja como o silêncio que precede o esporro.... há tanto ainda que ser dito, sem ser professado. Há tantos ainda que vivem e nem se dão conta, e aqueles que se enganam, falando pra ninguém ouvir...

Acabariam assim, esses 365 dias que trouxeram na cuia boas e más surpresas. Há quem tenha vivido [anda-se falando muito disso, talvez seja culpa da novela]... há quem tenha se descoberto entrelinhas, há quem se veja protagonista, quando se é apontado, sem receio como vilão. Há quem seja de fato o vilão. Há quem espere com certa angústia uma carta que não chega... e sobretudo, há quem prefira estipular as regras claras do embate.

[...]

Vidinha morna, quieta, silenciosa e calma... onde o tudo e o mais resumem-se, como iguais, a se dedicar à cor perfeita do esmalte, o vestido certo para a temida festa e a frase ideal a ser publicada... personagens de um romance médico, linhas de uma dissertação política... aquela da carta que não chega nunca.
Diazinhos quietos estes que derretem... onde fica a aflição pelo que ainda não aconteceu e talvez nem aconteça. Como basear-se e viver apenas à marcê do 'se'?

Como ignorar a saudade que bate aqui o peito, por algo sem dúvida passageiro e inconstante... e o sentir falta do que ainda nem foi presenciado? Esses dias pacatos e calados chamam a loucura e a insensatez... essa vontade de deixar as coisas simplesmente inexplicadas... para que não haja mais fogo, nem possibilidades. Vale isso a tudo... vale isso aos quatro cantos dessa vida muda, surda, cega... muda. Que mude ou que não mude... que tudo o que foi de mais importante e prazeiroso saia dos trilhos, dos planos, da agenda, da conta... que não saia. NÃO SAIA... porque é possível crescer aos poucos, e é possível perceber a mudança em si mesma, quando aquilo que foi falado ali no banheiro, no quarto escuro, no muro... não gera mais o mesmo desconforto que talvez gerasse antes.
É possível ver a mudança, os centímetros somados à personalidade ambígua, ao caráter 'faccional' [ih?] dessa meninha fraca e previsível... é possível ver que agora há a inércia que antes era inquietude quando havia guerra. Tudo isso é culpa do novo. O novo abre as asas de quem antes não voava... o novo vem e mostra que há vida, e há vida inteligente fora desse mundinho pequeninho de ti-ti-ti e conversinhas absurdas... há vida fora do dedo apontado, fora do quarteto de pares, fora do orgulho e da falta de relações interpessoais fortes.

[...]

Tudo culpa do novo... talvez até dessa vidinha pacata que se instalou nesse mês pagão... tudo culpa deles. Porque sim, embora aqui more um medo danado de mudar - de perder o que houve de mais agradável e maravilhoso nesses ultimos dias, do cheiro que não deixava dormir a noite, do abraço que veio e deixou questões, de não receber nunca aquela carta- não há como negar, que essa guerra fria, meio torta e não declarada não era como se imaginava. Culpa do novo... das mudanças de hábitos. Nada foi como deveria ter sido... foi muito mais sério do que imaginávamos. Não mudaram atitudes, mudaram personalidades.

Essa guerra torta, não declarada, silenciada não causa mais o que causava antes. Ninguém morreu, mas todos mudaram e se moldaram à mudança. Que seja assim e que não seja... como as páginas amareladas da história contam, em tempo de guerra, cada um vive como pode, e se pode. Você lá, nós cá, eles em outro canto. E de conflitos quietos e disfarçados, cada um infere o que quiser. Fiquemos então todos calados... vivamos e esqueçamos do jeito que pudermos.


Ninna... não peço leitores para este blog, muito menos apreciadores. Vê aquele X vermelho no canto superior direito da página? Leve seu mouse para lá.

Ninna... pacatamente ou não, espero uma carta e uma resposta que não chegam nunca. Levo a vida, nem que seja na expectativa e na saudade de passinhos lentos e voz mansa... ou na calma e conformidade com as mudanças desses dias frios. Quase um ano... e a lei do mais forte está ai... será que Darwin estava certo?



[Cuidado ao se deparar com palavras mal escritas ou letras não colocadas. O texto não foi revisado].

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

2012

"... the broken locks were a warning: you got inside my head!"
As trancas arrombadas foram o aviso...

Dizem que o calendário mais acaba ai. Enquanto isso, no mundinho moderno, a trancos e barrancos, de mala e cuida há quem leve a vida, respirando aos poucos, sufocando bem o que grita em uníssono. Não dá pra evitar o que é mais forte. Há quem discorde!

O relógio que não anda é o conforto da noite que não passa... e aos poucos pode-se sorver e analisar o que foi... sob cada aspecto, cada foco, imagem de cada câmera...interlúdio da vida, dos passos recitados, dos versos receiados... do que não foi ouvido. Anseiar o sonho que não vem... estar em completa e agradável transe.

'... I'm looking for purpose... I'm looking for air.'

Já é tarde, mas ainda assim o tempo parece não passar... como olhar pra frente e ver as possibilidades... tudo que se encaixa tão perfeitamente quanto em projeto. Tudo que está ai tão pequeno, e tão perto, mas ao mesmo tempo tão improvável. Aquela vozinha baixinha que você escuta, o toque do sinal, o convite feito... Tudo que dá vontade de gritar e alardear aos quatro cantos. Tudo que te leva embora... a desculpa pra poder ficar naquele cantinho, onde tudo acontece... o motivo pra poder falar... pra poder esculpir de delícias cada fragmento do que pode ser, mas não é.

Cada um vive em si mesmo o que não lhe é permitido viver em outros cantos. Em cada íntimo está a realização que é tomada lá fora... e aqui, as coisas acontecem, mesmo que pareçam mentira a outros. Aqui pode-se tatear sem vergonha por ar... aqui as fechaduras são tomadas, e as trancas arrombadas... aqui se está, mas pensa-se em não estar. Aqui se ve o afago, mas se pensa no descontentamento. Aqui se modela e também se finge. Aqui há espaço para paisagem e teatrinhos que divertem.

Não há mais trancas, não há mais porque e 'pra quê', não há ideias a serem roubadas, nem cenários a serem montados... só a mudança, a menor ideia do que fazer... há a novidade, a liberdade de se modular e ansear gritar o que há pra se gritar, há a liberdade de ir e vir dentro de si mesmo, de dedilhar insensatez, e sorver pequenos momentos de fuga quando se está preso.

Não há mais trancas... está tudo aqui dentro, livre e disperso dentro de cada detalhe... não há mais pudor, tudo é sorvido e detalhado como deve ser... cada surpresa e cada convite não ouvido, cada passo dado dentro do contexto... tudo é livre dentro de si mesmo.

Não, não há mais amarras...

Ninna... momentos de loucura e insensatez. Tudo perdido e livre aqui dentro, regado à polidez e um calendário maia... o fim do mundo [para alguns]. Essa reticência comovente... uma regalia ao caos e às vozes gritantes em uníssono, um convite à vida adulta.

sábado, 5 de dezembro de 2009

A mulher do Viajante do Tempo...




Um livro conta a história, que reflete um pouquinho o velho enredo da vida nada ficcional.
Pra quem em meio à peripécias e conselhos tresloucados, pode reconhecer um quê de história já contada. [contraditório ou redundante?]

A mulher do viajante do tempo... [novel by Audrey Niffenegger]
... interlúdio da vida real. Entre cenas de novela, inquietude, desespero à moda inglesa e peças de sushi.



"It's hard being left behind. (...). It's hard to be the one who stays. (...) I keep myself busy. Time goes faster that way. (...) Everything seems simple until you think about it. Why is love intensified by absence?
[...]
He vanishes unwillingly, without warning. I wait for him. Each moment that I wait feels like a year, an eternity. Each moment is a slow and transparent as glass. Through each moment I can see infinite moments lined up, waiting. Why has he gone where I cannot follow?!" (The Time Traveler's Wife, Audrey Niffenegger- Prologue).


"É difícil ser deixada para trás. É difícil ser aquele que fica. Me mantenho ocupada. O tempo passa mais rapidamente desse modo. Tudo parece simples até você pensar a respeito. Por que o amor é insensificado pela ausência?

Ele desaparece sem querer, sem dar sinal. Eu espero por ele. Cada momento que eu espero parece um ano, uma eternidade. Cada momento é vagaroso e transparente como o vidro. Através de cada momento eu posso ver infinitos momentos, todos alinhados, esperando. Por que ele vai para onde eu não posso ir?!"

Ninna...
entre conselhos tresloucados, terapias de corredor e bambu, dese
spero à moda inglesa e peças de sushi.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Porque ler sobre Nova York...

É dezembro... e enquanto o mundo lida com disparidades e comemorações pagãs, uma partezinha de mim, tímida e euforica vibra por ter terminado assim... o que não foi... com inverdades e mentiras descabíveis. Talvez um plano mirabolante, um enredo pseudo- ficcional ou uma heroína de capa e galocha. Blá blá blá... que falem! O mundo é mundo mesmo... nada é imutável. Se não há explicação para o que é óbvio... inventar um enredo já é de proveito. Mentiras e mentiras descabidas... que vivam eles do seu jeito, com mentiras ou não.

Mas, em se falando de mentiras... aquelas que sangram entre um corredor e outro, há quem acredite que há mais fascínio por uma boa maneira, pela mão que afaga, e pela outra que apedreja. Outros dizem, no entanto, se ver encantados por lhes ser apresentado um novo mundo, novo cenário... como ir à Nova York e vê mesmo que é aquilo tudo que falam. Isso faz do mundo mundo e do encantamento e do fascínio pelo o que nunca se teve, a força que os impele a fantasiar os dias. Fantasiar...

"Amar como a feia na vitrine...', 'como o pescador que se encanta mais com a rede que com o mar'... não há o que defina o encantamento pelo que nunca se viu. Não dá pra evitar ficar boquiaberto, parado, inerte diante do que é absoluta e completamente diferente do que se tem. Os dias são feitos de segundos de fascínio... uma boa desculpa para ir dormir e sonhar o quanto antes.... o quebra-cabeça, o charme taciturno, aquela velha história do excellent bedside manners, a polidez, a beleza que emana da quietude e inquietação. O que falar, o que dizer, o que mentir... Ah, esse fascínio move mundos e deixa os dias mais sãos... esse fascínio que inquieta, que tira o fôlego, que balança a cadeira, deixa movimentos pausados. Esse fascínio que derrete... que é simplesmente reticente. Esse fascínio pelo livro que se lê... por encontar nas páginas amareladas aquela mesma história que é mentira, mas por ventura é também verdade. É esse fascínio que encobre os dias cinzas e anuantes...

E não há como definir... talvez um enredo, talvez o livro, o suspiro dado ao lado, o outdoor que passa despercebido pela janela do ônibus, a batida de carro que quase acontece... o desconversar, o ignorar coisinhas, o grito altíssono que não foi ouvido... a pergunta que você não ouve., o problema não resolvido, a incógnita não encontrada...talvez tudo bata a porta e diga: 'ei, eu sou tudo aquilo que você ainda não viu!'... é o fascínio por tudo e por nada... pelo que é e o que não é real... é a inquietude que vira calma. É o que é novo... e vale a pena ser sorvido.


Ninna...
'encantada, fascinada... por tudo o que é o que não foi. Como ir a Nova York, sentir Nova York, e constatar: 'uau! ISSO é Nova York!'

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Nobody knows where it might end up




Colocar os textos, planilhas e modelos do lado do computador, no puff de cabeceira, na tentativa de fazer o trabalho que não dá... recuperar o tempo perdido, na chance de ser mais responsável até o final do ano... NÃO. Muito melhor se render as delícias do ano que chega ao fim, às festinhas de despedidas, ao bolo do Auguri, o café escondido na cozinha [todos temem a gastrite]... uma desculpa pro bate-papo descomprometido.

Muito melhor dar pulinhos de euforia pela conversa que foi, ser a personagem principal de um romance. Acabaria assim esse aninho que me trouxe surpresas e experiências. Sabia que em um momento ou outro eu teria que crescer... pelo menos, deveria começar a crescer. E foi assim, de repente. Tão de repente quanto historinhas ao léu... como sempre foi. Essas surpresas que decepcionam e também empolgam... essas coisas que passam pelo caminho.

E a cada dia mais... a vontade de falar e gritar o que este blog não pode ouvir. O que tá aqui dentro... que o vizinho do lado sabe entre uma garfada ou outra. Se isso é viver a vida... é muito bom. Melhor que ser medíocre e se importar com coisas medíocres... melhor mesmo viver como se pode... entre decisões tortas e descabidas... entre cenas de novela, lágrimas e narrativas ficcionais. Melhor aproveitar o sorriso, as boas maneiras e encantamento a flor da pele. Muito melhor esse finzinho de tudo...porque pode ser que de uma hora ou outra mude. Nobody knows where it might end up.. já dizia a abertura de um drama médico bem conhecido. Ninguém sabe onde isso vai acabar... então, se só me resta uma semana, o resto que espere... Não somente a língua é um fato social. [trocadilho infame]

Ninna... nobody knows where it might end up... nobody knows.