quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Estranho

E as cicatrizes no joelho direito revelam a tal infância passada num quarto escuro... a última escolha, o telefone que toca e faz palpitar o coração... todas um misto de turbulentas modificações adocicadas e dóceis.

Não dá pra explicar o que faz o coração bater... por mais ou sem menos, sei lá. Mas quando vejo a mão que explica e é tão prontamente acessível, vejo aos poucos, de forma tão palpável o gelo que me vem aos ombros... é tão diferente do que costumava ser.

Li textos sobre miragem... e como não falar dela, se sob um ponto de vista errôneo, eu estaria sempre errada quanto a isso... Só sei que comecei a falar de cicatrizes, e o que me vem aos dedos quando escrevo grita mais alto, e já não posso mais conter... Os N's saem tortos, há setes engasgados em resultados medícocres... Mas numa sala cheia de gente, não dá pra evitar o que vem aos dedos e ao peito... que arfa a menor menção.

Sei lá... o que grita e arfa aqui dentro é tão confusamente abstrato, mas ao mesmo tempo tão relevante... como se mostra incansavelmente acessível, pronto, prostrado... há de ser brincadeira que ninguém entenda... E há quem jogue a primeira pedra, confesso. Mas um quê meu, ou um muito meu... se denuncia e sofre e também ri, porque é tão inacreditavelmente confuso... tão confuso quanto a menção do nome. Uma semana, duas longe do que nos faz sentir a vontade... mesmo entre tapas e beijos, mesmo entre toques e sirenes.

Fevereiro chegaria com seus dias treinados... pessoas novas, lugares novos... a mesma camiseta velha, o mesmo dinheiro esquecido no bolso esquerdo da calça antiga... Estranho premeditar um sentimento tão confuso quanto sentido. Dá até pra senti-lo e tocá-lo quanto realidade... tão estranho desejar coisas... jaquetas e calças. Estranho, inexplicavelmente estranho... pensar em cicatrizes e miragens e escolher roupas para crianças fantasmas, sorrir com conversas fantasmas... ou olhar por ai em desvio um movimento suspeito na avenida... ao mesmo tempo que surge e ressurge a necessidade de proteção... a necessidade de ser sério toda a vida e manter-se longe, seguramente longe.
Nunca fui de falar de aliterações ou sinestesias... mas algo, algo muito Senhora desperta toda essa beleza camoniana... ou, como diriam outros, poesia e prosa regionalista... ou Iracema... nome lindo. Ha! Estranho.

E esse post, o que foi?
Não sei... tenho apenas de 75 a 80% da minha capacidade útil... e me reconheço infinitamente menor que meu objeto de desejo.

Ninna... infelizmente porque, sem porquê... algumas coisas se perdem na tradução. E o que foi, eu não vi.

Nenhum comentário: