domingo, 20 de março de 2011

Eu quero a sorte dum amor tranquilo...


...com sabor de fruta mordida.

 Quero a felicidade de quem tem um mundo colorido, mas os pés no chão de quem também enxerga o cinza. Eu quero um bolso cheio de pôr do sol, mas também a habilidade de ver as cores da noite e não ter medo. Quero arquitetar um mundinho perfeito... pintá-lo com todos os tons de rosa... mas saber lidar com a ideia de que nem sempre isso pode ser possível. Quero a beleza da lua, e também a sensação acolhedora do raio de sol.
E quero sim a sorte de um amor bandido, mas tranquilo... preciso amar com a certeza de me entregar, mas com a confiança de saber onde piso. Quero amar sem medo... sem pudor... reconhecendo que preciso de alguém, reconhecendo que não há amor sem entrega....ainda que entrega cautelosa, cuidadosa. Quero um amor de perdição, mas também de salvação. Quero tudo menos um amor incondicional, que não vê defeitos, não vê perigos, que perdoa cegamente... quero amar até onde for bom... me entregar até onde eu não me perca por completo... quero uma vida a dois que não anule uma vida a um... quero viver pra alguém, mas não viver dele. Quero preservar o que há de bom em mim sempre... construir um presente... esquecer o passado, mas pensar num futuro certo, ainda que incerto. Quero tudo menos um amor de novela... menos um romance esquerdista. Quero ser feliz acima de tudo, mas sem perder a essência... sem perder a mim mesma.
E nessa aliteração altíssona... uníssona de se querer ter... quero sim o passado, e dele os erros, as marcas... as falhas... quero um caderno de recordações... quero relembrar cada momento. Quero saber onde piso... quero as vezes ser pessimista e arrancar aos dentes os espinhos que me fazem mal.
Quero tudo menos conformidade... quero nunca me acostumar e precisar ao ponto de não precisar mais. Quero não ser o motivo de alguém, mas quero também não ser forte. Quero ser fraca, quero ser eu e agir da minha forma até que eu não possa mais. Quero ser eu, sentir como eu, agir, pensar e fazer como eu... fraca, visceral, inocente, incoerente... indolente... quero amar... quero ser boa, quero ser má. 


Ninna... amante visceral de grandes atos de loucura. Maria indolente... 

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