domingo, 19 de dezembro de 2010

Top 10 Adolescência

Pra relembrar... as 10 músicas que marcaram minha adolescência. O muro do colégio, dancinhas coreografadas, boybands, amores frívolos e felicidade...

1. Bye Bye Bye - N'Sync



13 anos. Levei um fora daqueles, um dos dois únicos da minha vida. A música falava de mandar embora alguém da sua vida, e por inspiração da música, mandei mesmo. E como já dizia a letra, o menino voltou. Mas aí já nem interessava mais, o legal mesmo era sofrer ouvindo a música. Lembra todas as meninas na frente no espelho do banheiro na escola, com o estojo na mão, fingindo ser o microfone, num inglês beeem enrolado gritando: bye bye bye!!!


2. It's Gonna Be Me - N'Sync



13 ou 14 anos. Não lembro bem o ano. Quase o mesmo motivo de acima. Estojo na mão, aprendendo a falar inglês, acreditando piamente no que a letra dizia. Eu era apaixonada pelo Justin, sabia toda a dancinha de cor e salteado. Lembra H, uma das paixões dos 13. Melhor nem contar o resto...


3. Save Me - Hanson




15 anos. Tá em terceiro lugar, mas é a melhor de todas. Batista. A primeira música que dedicaram a mim. W, a paixão dos 15, 1 ano mais novo, namoradinho da escola. Tô falando muito?! Enfim... vocalista da banda da escola. Rolo. Apresentação da banda, outro sujeito do meu lado. Ciúme. Música pra mim. Riso torto. Declaração. Felicidade. Bons tempos. Amorzinho tipo high school americana. Até hoje não acredito que foi comigo... :)


4. Ana Júlia - Los Hermanos




15 anos. Festa estranha com gente esquisita. Apresentação no colégio. Outra dancinha coreografada. Eu queria tanto ser Ana Júlia. Ponto. A história acaba aqui.


5. Mr. Jones - Counting Crows




15 anos. Icbeu. Como era difícil cantar essa música!!! Me achava o máximo porque nas aulas a professora me chamava pra ajudar os outros com o inglês. Não sei ao certo porque gostava tanto dela, lembro só que achava que no fundo essa música tinha alguma coisa a ver com a separação dos meus pais. Depois vi que não, não tem nada. Garota problemática, né?!

6. Iris - Goo Goo Dolls


13 anos. D, o outro fora da minha vida. Nem chegou a ser um fora, porque ele nunca soube oficialmente que eu gostava dele, só sabiam Deus, todo mundo e torciada inteira do Flamengo. Amor a primeira vista. Era tão legal chorar ouvindo essa música. Eu novamente achava piamente que um dia, só pelo fato de eu cantar a música com toda a força do meu ser ele ia gostar de mim. Não gostou. Ainda bem, descobri que ele era feio. Aliás, descobri a partir dai que ia começar a gostar de homem feio...


7. I Want it That Way - Back Street Boys


13 anos. Pelas contas eu tinha 10, já que a música é de 98, mas lembro de ser apaixonada por ela por volta dos 14. Cheguei a tentar guardar dinheiro pra ir pro show deles quando eles viessem ao Brasil. Claro, mamãe não deixou.




8. Clocks - Coldplay


16 anos. T, o amor dos 16, dos 21, dos 98. Coldplay embalou nossos 5 anos de altos e baixos. Começou estranho, hoje é quase tudo. Um presente de Jeová. Meu passado, meu presente, meu futuro. Ponto final.


9. Fix You - Coldplay






16 anos. Altos e baixos. Terminamos, eu achava que ele tinha me traido. Chorei... e tudo parecia não ter final nunca. Voltamos, e hoje gosto de acreditar que aprendemos a crescer com essa música.


10- Na Sua Estante - Pitty 




18 anos. Música de término de namoro. Bem a cara dessa época. Dor de cotovelo... como era glamuroso sofre de amor!




Ninna... bom relembrar... bom viver com trilha sonora.


P.S.: Mais listinhas estão por vir...

Caleidoscópio

"Não tenho tempo pra mais nada, ser feliz me consome muito." - Clarice Lispector

E não digo que sou... feliz, quero dizer. Há muito em mim que se resume felicidade em alguns momentos, mas em outros tantos, me reconheço na solidão de poucos amigos, poucos encantos. Como se no quarto escuro, onde não há sombra, fosse sombra de mim mesma... quando o riso se confunde ao choro e as lágrimas fossem reflexo de sobriedade. 

Não há tempo para nada que não seja meu próprio egoísmo, pois poderia alagar-me em horas vãs, mas as mais preciosas do meu dia gasto comigo só... na busca vã de definir o que sou, do que gosto, se sou feliz ou não. Sozinha... porque assim cresci e assim vivo até agora. Na sobriedade ou loucura que a solidão traz. Com poucos amigos, poucos encantos, me descobrindo feliz e torta em horas aleatórias de frivolidade. 

Poderia usar alguém agora... como alguém que precisa de alguém em tudo, em sempre... como alguém sozinha, que nem somente entende a sim mesma. Mas a aliteração de pensar sobre si mesma ocupa o tempo dedicado a outros... a frivolidade de se descobrir feliz ou não, em momentos instáveis de pura quietude.

Ninna... não precisam entender. Bastam a mim meu puros momentos de filosofia vã e barata. 

Que bom voltar ao blog onde palavras são deixadas ao vazio. Que bom ser sempre uma incógnita... uma previsível incógnita.



"Eu não sou promíscua. Mas sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes que aqui caleidoscopicamente registro."

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Aliterado

´E se é verdade que o tempo não volta, também deveria ser verdade que os amigos não se perdem.´

Deveria ser verdade não termos que tomar decisões difíceis... deveria não doer tanto caminhar e não olhar pra trás. Mas, e se o tempo não volta, por que ele insiste em deixar rastros? Porque é discípulo da vida, e aprendeu com ela a deixar marcas para ser lembrado... para pensarmos que deveríamos o ter aproveitado melhor...

O que sei do ano que começa? Nada e tudo. Mas não me apaixono por clichês como me apaixono por pessoas e tempos e circunstâncias... Deveria ser verdade eu não ter medo do escuro... do incerto...do amanhã... do tempo. Nada sei de mim e de minhas escolhas, só sei que não deveria doer tanto. Só sei que o tempo graceja com minha escolha e os dois me mostram um riso torto, amarelo, incerto. E se é verdade o desejo de vencer o tempo, porque alguém não nos guia pela mão e mostra o destino?

Jeová, ouve minha oração... me ensina a crescer.

Ninna... um post aliterado.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Mind traveling...

... round and round again.


Little pieces of my thoughts reflecting the future beside me. Little pieces of my references spinnig around, trying to give meaning to my reflexions. Can't forget that talk... can't pretend that isn't truth... can't ignore. Just can't...


Trying to get back to present, to real image... trying to forget two inside one life. Trying to stay foccused. Just trying...


"... and Voilá, I've become the me of my future". ...
... me tornei o eu do meu futuro...



Ninna... reflexions... Mind traveling. Can't tell what.



terça-feira, 2 de novembro de 2010

Esse Vapor Barato...

A brincadeira começou lá nos Deletérios de Sofia, alavancou no Chá da Alice, e esse bloguin que aqui vos fala, resolveu entrar à baila e fazer a sua própria listinha. É assim: escolha primeiro uma foto sua, um cantor ou banda e responda perguntas pessoais somente com nomes de músicas ou trechos do artista escolhidos. Assim sendo, aqui vamos nós. Adorei a idéia!


A Música em mim? Zeca, O Baleiro [em homenagem à recente visita à ilha]

1. Você é homem ou mulher? Mulher Amada

2. Descreva-se: Flor da Pele, Uma Delicada Forma de Calor
3. O que as pessoas acham de você?  Dodói/ Frágil
4. Como descreveria seu último relacionamento amoroso? Disritmia
5. Descreva sua atual relação com seu namorado ou pretendente: Mais Feliz / Até o Fim / Um Real de Amor
6. Onde queria estar agora? Nalgum Lugar
7. O que pensa a respeito do amor?  Tem que Acontecer
8. Como é sua vida? Vida Cigana /Serenta sem Estrelas / Tocando em Frente
9. O que pediria se pudesse ter apenas um desejo?  Meu Amor, Meu Bem, Me Ame
10. Escreva uma frase sábia: "Nada permanece inalterado até o fim"


sábado, 30 de outubro de 2010

Driving slow on Saturday Morning.

E pra encerrar o sábado cansativo... quando em meio a abóboras e bichos asquerosos, eu me perdia em medidas e dietas frustradas... um embrulhinho pequeninho no fundo do armário. Tão fofo quanto o carinho, daquela ideia que não prometia ir longe. Era o Clube de Trocas... cada um a cada dia, deveria agradar o outro... com um dvd, uma série, um bombom, uma atençãozinha. E recebi, muito embora não tivesse me dado conta do carinho... a atençãozinha de alguém que lembrou.  E foi tão bom!
Ele gravou todos os episódios em dvd... Grey's Anatomy em sua sexta temporada. Sentou a frente do PC, baixou, legendou em inglês, do jeitinho que eu queria pra poder aprender as expressões médicas, sincronizou, gravou, fez dedicatória, escreveu um bilhetinho que é melhor nem traduzir em público, embalou no papel rasgadinho da Hello Kitty [habilidade zero, talvez porque ele não fez o Jardim de Infância], colou um Serenata, esperou eu ir pra sala e colocou no fundo do armário debaixo de livros e dólares! E foi aí que fiquei assim... uma Teddy. Toda Teddy!

E a Loira chegou bem no meio da conversa... roubou o dvd e levou pra casa antes de mim [e ele nem ficou zangado]... por isso não tenho fotos pra mostrar como meu agrado foi fofo. Por isso, e porque esse blog tem ouvidos e olhos de mais. E ouvidos e olhos me bastam. [...]

E semana que vem é minha vez... no Clube da Troca... talvez eu leve meu Sex and The City [mencionei que comprei a 4ª e a 5ª temporada em promoção na Americanas?]... talvez eu encontre Supernatural daquele jeitinho... talvez eu baixe Mike & Molly... talvez eu agrade alguém.

Ninna... eu bem que queria meu Grey's Anatomy handmade agora. E bem que eu queria não estar tão Teddy...e talvez eu apague esse post... e talvez não empreste meu mimo a ninguém... talvez a Loira nem devolva.

Ninna... e até esqueci a cena da Aranha Halloween.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Desejo do dia...




... ser essa mulher de branco na foto! 




Loira feelings today! Tudo culpa da Loira... 

domingo, 24 de outubro de 2010

Fragmentos do dia que não foi...

...e foi ao mesmo tempo. Porque sendo loucura... não deixa de ser bem-vindo.

"E se tudo isso que você acha nojento for exatamente o que chamam de amor?!"

Daí que me entrego, fecho os olhos e mudo meus preceitos. Sendo sombra, sendo lado... sendo frente e costa do amor que se vê. E é essa a magia da coisa... de viver, se deixar levar e mudar o cenário como que em festa, como que em teatro. A magnitude (i)magética de ser livre, ainda que fincado ao chão, de ser mutável ainda que estanque. Ah, meu dia! Meus mundos e desmundos... minhas referências!





"Ah, me socorre que hoje não quero fechar a porta com esta fome na boca, beber um copo de leite, molhar plantas, jogar fora jornais, tirar o pó de livros, arrumar discos, olhar paredes, ligar desligar a TV, ouvir Mozart para não gritar e procurar teu cheiro outra vez no mais escondido do meu corpo."


Ninna...pílulas de Caio Fernando Abreu e os fragmentos do dia que não foi... ou foi... e ninguém viu.

...fome de beber... sede de aquietar... 

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Condicional



As músicas as vezes mostram ter vontade própria... aparecem no momento certo e são só pra nós. E lembrei, porque hoje é um dia azedo... e precisava mesmo de uma música doce. Recebi por bilhetinho virtual um trecho, feito especialmente pra mim hoje. E vi a afirmação do que queria quando apareceu uma janela na tela do computador... esperavam por mim, mas não fui. Recebi e me encontrei só com a música. E fui feliz, ainda que seja felicidade condicional...


Condicional Los Hermanos


Quis nunca te perder
tanto que demais
via em tudo céu
fiz de tudo cais
dei-te pra ancorar
doces deletérios

e quis ter os pés no chão
tanto eu abri mão
que hoje eu entendi
sonho não se dá
é botão de flor
o sabor de fel
é de cortar

eu sei é um doce te amar
o amargo é querer-te pra mim
do que eu preciso é lembrar, me ver
antes de te ter e de ser teu, muito bem

quis nunca te ganhar
tanto que forjei
asas nos teus pés
ondas pra levar
deixo desvendar
todos os mistérios


sei tanto te soltei
que você me quis
em todo o lugar
lia em cada olhar
quanta intenção
eu vivia preso

eu sei é um doce te amar
o amargo é querer-te pra mim
do que eu preciso é lembrar, me ver
antes de te ter e de ser teu
o que eu queria o que eu fazia o que mais?
e alguma coisa a gente tem que amar
mas o que não sei mais

os dias que eu me vejo só
são dias que eu me encontro mais
e mesmo assim eu sei também
existe alguém pra me libertar



Ninna... nos dias que me vejo só, são os dias em que me encontro mais. E mesmo assim, eu sei também, existe alguém pra me libertar... e esse alguém talvez seja eu.


Condicional... música doce prum dia azedo.

Cara Amarrada


Sai de casa hoje só pra passear de ônibus. E não, nem foi proposital; foi um infeliz imprevisto. E eu, amantes de ônibus lotados e fedorentos como sou, fechei a cara do começo ao fim da viagem. Não poderiam esperar diferente... Achei que teria aula de11:00 às 13:00, peguei o ônibus que sai do Centro, mas não adiantou... a professora não foi dar aula, e não tiveram a sensibilidade de me avisar. Custava ter avisado? Podia até ligar a cobrar que eu nem me importava... 

E voltei à Casa [com letra maiúscula por motivos próprios... e o nome é sempre acompanhado de um adjetivo]. Depois de uma viagem de uma hora e meia da UFMA pra cidade, cheguei esperando um pouco de sossego, mas foi difícil... encontrei o gato, papagaio, cachorro do vizinho, neném chorão, cunhado do concunhado, avó, irmã, sobrinha e todas as referentes escatológicas de uma família grande e barulhenta que nem sequer é minha! Haja paciência! [e eu que já nem tenho muita...] 

...Eu só queria fazer as unhas... banho de lua... ler o livro... passar rapidinho na APLIMA... sessão e meia de joguinhos no PC... teacher tube.... mas quando planos são rasos, desastre é coisa pouca. E nem adianta ir pro quarto... a moça aqui de casa se recusou a limpar... vai ver que sou chata mesmo, mimada e faço nojinho pra tudo. Fazer o que!

Talvez eu ache algo pra fazer... algo que não me deixe assim com tanta cara fechada. Há muitos intrusos no meu mundinho cor-de-rosa. [...]

 Agora a família grande, barulhenta está fazendo barulho na porta. Coitados dos vizinhos! Se pudessem, decerto elaborariam uma lei especial pra situações como estas. E eu, ao invés de Letras, deveria ter feito Direito... ou melhor, deveria ter nascido filha de desembargador, ou mesmo a própria desembargadora... 'desembargaria' uma lei que proibisse a inconveniência. Todos os inconvenientes enfrentariam a cadeira elétrica ou prisão perpetua. Meu mundinho seria cor-de-rosa...

Mas tudo bem, mesmo que não fosse cor-de-rosa... podia ser um amarelinho, bege... creme. Fala sério! Tinha que ser cinza a maior parte do tempo?! Papai não vive mais com mamãe e agora eu chego e minha casa vira temporariamente o Vietnã. Sou traumatizada... e só fui perceber isso 11 anos depois! Preciso de ajuda! Ou então de tampões de ouvido!!!! Talvez terapia... Isso! Enquanto minhas amigas fazem balé ou qualquer outra coisa que elas estejam fazendo, eu vou alí rapidinho pra uma sessão de terapia. Vai sair caro e minha sogra por certo vai ter uma síncope [imagina o bebezinho de mamãe namorar uma louca de pedra traumatizada que duas vezes por semana vai ao psicólogo lidar com a falta de um mundo cor de rosa!!!]... e papai não vai ter dinheiro pra pagar... O Respectivo vai querer terminar, CNA vai me mandar embora e meus alunos não vão me chamar mais pra Rrrrred, mas talvez seja uma boa. Ou talvez eu só precise ler a Bíblia, ou estudar, ou casar, ou passar num concurso pra Prefeitura de Paço do Lumiar... Vou pensar nas minhas possibilidades.

Ninna... hoje eu andei de ônibus só pra passear, mas eu nem queria. Hoje tô de cara amarrada, e nem é TPM... é só estado crônico de melancolia. Alguém cura?!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

07 de Junho de 2009

Falei sobre isso aqui, e por alguma razão, hoje resolvi lembrar. Diazinho estranho... bateu saudade do que não fazia falta até então. Lembrei de pessoas... odeio perder pessoas. E ainda que seja clichê lembrar... a dor e o desconforto passam, mas ficam as marcas. E de marcas vivemos... acreditando que possam nos fazer mais fortes.




22:21 e as sombras do que foi meu dia

Não poderia defini-lo com angústia. Uma certa apreensão, eu diria, embora ache mesmo que dormência seria a palavra exata.
Um dia morno, dormente, abstrato... como pareceu ser os últimos. Não pelos motivos que outros possam supor, mas algo em mim, que outrora explodia... está aqui, escondido, intacto... adormecido. Espanto-me, claro. Dessa vez minhas atitudes surpreendem a mim mesma. Mas dessa vez, reconheço em mim a certeza de não receber menos do que mereço, ou pelo menos, menos do que espero.Em todos os aspectos.
Em não abrir mão de meu orgulho, e oferecer um ombro amigo à alguém nem tão disposto assim. Em não me colocar em situação de vulnerabilidade, mesmo precisando parecer vulnerável. Não por achar que não esteja errada, mas por já ter me visto várias vezes na mesma situação e saber exatamente como termina a cena, exatamente a marcação de cada cenário, as falas, a soberba... e a fidelidade pacata e pueril. Não por achar que não me afete. Talvez sim, talvez afete mais do que eu mesma reconheça, mas por dessa vez, achar que, ou tentar achar que mereça um final diferente.
"Não existe lugar vago", foi o que cresci ouvindo. De fato, parece frase boba, de criança, mas o fato é que, quando a gente cresce, essa frase começa a se mostrar mais real do que achávamos.
Não existe pessoa insubstituível. As pessoas passam por nós, nos atravessam, mas poucas são aquelas que ficam. Algumas demoram um tempo, nos marcam mais, mas independentemente do quanto queremos que elas fiquem em nossas vidas, elas vão embora.
No entanto, felizmente ou infelizmente, a presença delas, a sombra delas, não permanecem para sempre entre nós. Em um momento ou outro, por um motivo ou outro, surgem outras pessoas que ocupam o vazio deixado. Pais, filhas, namorados, amigos... ninguém é insubistituível. O ser humano precisa de presença... não importa qual seja. Precisa de afeto, e tateia desesperadamente alguém pra lhe suprir essa necessidade.
Já sofri a dor de não ser insubstituível pra alguém muito importante, mas aguardo pacientemente a hora que alguém não será insubstituível pra mim também. Não pra provar a sensação, não por vigança, como quem brinca de fogo cruzado, mas por simplesmente não precisar gostar de alguém. Simplemente para me desligar da necessidade de me importar.
O tempo passa, e inevitavelmente, as pessoas se tornam substituíveis. Simples assim. O que antes era necessidade visceral de impedir que alguém vá embora, com o tempo vira conformidade. A gente se acostuma com a ausência... A gente se acostuma a não ter, a não ver, não falar. E assim, felizmente, ou infelizmente, a gente deixa de se importar. E é assim que a gente perde amigos.
De novo, não é angústia, não é decepção por um OI não respondido... muito menos raiva. É mais uma dormência, um algo que não vê mais importância. A conformidade de quem vê alguém indo embora, e embora tenha forças pra lutar, simplesmente não se importa. Com o tempo, já NÃO IMPORTA TANTO.

Ninna assinou... ainda no processo... se acostumando a não ter, não ver, não falar. Se acostumando com a ausência. Em todos os aspectos.

domingo, 10 de outubro de 2010

I'm only an English Teacher... and I like it!!!!


Dia 15 de outubro bem ai, e eu de tão bom humor que posso até esquecer que é feriado e estou sem dinheiro...
E se alguém me dissesse há 2 anos atrás que estaria feliz por um 15 de outubro que se aproxima, ou que me reconheceria em sala de aula enrolando a língua pra marmanjo ouvir, olharia pra esse alguém e rolaria de rir! Impossível, eu diria. Mas, como já é de se imaginar, na minha vida acontecem tantas coisas improváveis, suspeitosas e ortodoxas que eu bem que poderia ter previsto... 
Cá estou, ainda que de bolsos vazios, nesse momento pseudo-reflexivo sobre meus atos de professorinha. Freud explica... ou Jung... sei lá. Cristiano?! [...]

E sim, é cansativo. E sim, quase todo tempo acho que deveria ter ouvido papai e ter feito engenharia... Mas não dá pra esquecer que, pra essa moça calada, uma boa sala de aula é palco. E eu bem que me reconheço exibida. 
Danço, canto, falo alto, sorrio, pulo e me faço de palhaça... Pode ser que me entendam ou não, mas o que me falta lá fora, em quatro paredes me alaga! E quem me conhece pra valer, desconhece. Mas e daí?! Eu sou feliz exatamente desse jeitinho... mesmo com os 7 ônibus diários, mesmo se tenho falar com pai chato de aluno, mesmo sem dinheiro no bolso em pleno 15 de outubro. 

Sou feliz por acordar as 6h de um sábado preguiçoso, com a cara inchada chegar numa sala cheia de jalecos e receber aquele abraço! Sou feliz por um bando de marmanjos que pegam na minha mão e chamam O Respectivo de louco por me dar uma aliança. Sou feliz por ser lembrada... seja quando voltam da França e me trazem um perfume francês; seja quando me oferecem um quarto pra dormir quando visitar a Times Square; seja  quando me convidam pra uma festa de 15 anos; seja quando dissimuladamente adultos se comportam como crianças e é sempre festa; seja por ser tratada como adulta, mesmo sabendo que eu sou a criança; seja por ganhar um Cacau Show toda segunda e quarta...
Sou feliz porque me pintam de verde, sujam meu jaleco, me chamam de 'thicher', me puxam ali no cantinho pra tentar me convencer a ir pra 'Rrrrred Club', ou tomar aquele chopp depois da aula, mesmo já sabendo a resposta... ["teacher é teacher mas também tem sede, uai!"].

E porque não dizer que sou feliz também só por ter aquela preguiça medonha de voltar pra casa?! Sou feliz só por poder dormir alí naquele banquinho vermelho, o velho amigo, sem dar a mínima pra quem vem... Sou feliz só por receber a mesma resposta todo sábado de manhã. E sou feliz por engordar horrores, só por ser teacher... só por ganhar chocolate, cocada, doce de leite, headband, email, perfume francês, brinco,cordão, pulseira, pão doce, dvd, bilhetinho, coração, e silêncio quando rodo a baiana... por gastar todo o dinheiro extra do mês pra levar a galera pra comer panqueca alí do outro lado da rua. Sou feliz simplesmente por ter que matar um leão por dia, e fazer papel de palhaça em sala de aula, pra esquecer.

Ninna... eu bem que podia ter feito engenharia, mas a minha falta de habilidade com os cálculos é compensada pelo melhor de mim em uma sala de aula.

Feliz Dia dos Professores!!!!

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Souvenirs of a Filthy, yet Beautiful Mind - Parte 0



She was thinking about the music she had receive. She didn't know how to explain, how to put in words... It was so very complicated to talk about the feelings she used to have. It was love, it was vain... she couldn't tell. She just remembered that feeling of accomplishment of everything the wanted. Maybe it was real... even if it was vain. 


And all the references in her head... upside down, head over feet, wondering why did you come... It wasn't certain, maybe was only in her head... like all the references she used to be proud of. Past hurts, even when it's kind... even when it's useless... Future terrifies, even when it promisses. Present isn't so certain...


He was right in front of her... with the whole life to come - nothing else should matter, nothing else should scare her. He was right in front of the door, with promisses to come. And even if this could mean the world to someone else, for her it was nothing. Nothing... with the entire life to come.... with everything to come. 


And by that moment, all the references in her mind rejoiced with the sound of fear. She was the distraction in person, ready to meet her mates.She had to respond in action, to give and answear to life, but all she could do was smile and rejoice with her references. And was all in  her head ... with a lifetime of distraction to come. Cause sometimes - she used to tell to herself- the fear of growing up does not vanish.


Ninna... memories dancing around her pride.... mind... joy...hither and thither, hither and thither...




After all this while
Would you ever wanna leave it?
Maybe you could not believe it
that my love for you was blind...
But I couldn't make you see it
Well, I couldn't make you see it
That I loved you more than you will ever know


a part of me died when I let you go...

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Decidi?


Decidi! Mesmo lutando contra a vontade imensa que bate aqui no peito desde os 5 [quando andava pela casa só de calcinha com um microfone na mão, fingindo falar todas as línguas do mundo], não vou sair daqui... Nunca vou sair daqui, nunca vou almoçar a 42m do chão numa torre de vidro.Nunca vou começar um pretzel nova-iorquino em pela Times Square. Nunca vou conhecer o mundo, vou aceitar meu destino [no sentido mais pragmático da palavra]... viver na realidade e esquecer os planos de ser uma perfeita poliglota ao fim dos 23.

Desisto... vou tacar fogo em todo meu dinheiro e rachar um carro com a minha mãe. Sim, talvez semana que vem passemos na concessionária e levemos [levamos, levaremos... sei lá] de 60x o carro mais barato do pedaço. "Quer andar de carro velho, baby? Venha!" E não vou fazer disso nenhuma lenha. [nossa, que piada infame]. 

E vocês acham que esse post é só um pouquinho pessimista?! Não é não! Talvez seja realista... talvez seja aquela crise do último ano da faculdade... Tanto faz! Vou comprar um carro...talvez eu compre um carro. Isso se eu conseguir abandonar as idas clandestinas ao shopping para comprar absorventes de 40 dólares.... Eu tenho que comprar um carro.... [Peraí! Eu tenho um carro! Não tenho?]

...E mamãe já gritou ali de dentro que não vou comprar um carro.... e nem vou pro Canadá... muito menos comer pretzel em plena Times Square. Mas talvez ela faça cachorro-quente pra mim hoje. Será que nem minha mãe bota fé em mim?!


Ninna... eu preciso urgentemente de um canudo e uma beca! Eu preciso urgentemente conhecer o Conselho Britânico!

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Eu queria mesmo...

































... um pretzel nova-iorquino, um cachorro-quente tipicamente americano, daqueles de rua, feito à base de salmonela... ver a Times Square a noite... me sentir adulta e perdida em meio ao caos de uma megalópole. Eu quero New York City!
Eu queria as aventuras de uma Carrie... sem o sexo, só a cidade. 

Dude, where's Auckland?!


Criei um bloguim há uns dois out três anos atrás, longe muito longe da pretensão de ser lido por ai. Apenas intencionei escrever minhas coisinhas, falar do meu mundinho, de inferências e referências pessoais e intransferíveis... Comecei assim, despretenciosamente... esse canto é só meu e pronto.

Algum tempo atrás, no entanto, fuçando o blog da amiga cantora, me deparei com um contador de visitas... Achei bonitinho o layout, gostei da ideia... e pensei cá com meus botões: quem será que fuça também o meu cantinho?! Aquela velha história de saber quem acha a tua grama mais verde que a sua própria. Pois é, coloquei, mesmo achando que não ia dar em nada.

Algum tempo se passa, e eu, visitando os rastros de meus poucos leitores, me deparo com algumas surpresas... Aquele carinha conhecido do prédio vizinho, amigas fieis de blog, outros não amigos que juraram nunca por o mouse aqui... alguns gringos, pen pals e muitas, muitas cidades e pessoas estranhas. 
Me achei nesse momento! Tem gente em Tóquio, na Rússia, em Telaviv, no Moçambique que já ouviu  o nome desse blog ploc, alguém que algum momento entrou aqui, fuçou um pouquinho, alguém que passa horas aqui, que me visita frequentemente... pra achar uma merda ou uma genialidade. Tem gente até em Auckland, falantes de inglês, alí pertinho da Austrália que vem ocasionalmente visitar meu Lunário! Que legal!

Esse é um post bem ploc, pra quem ainda não reparou. Eu devia estar fazendo meu discurso agora... Mas é que essa rede mundial tem feitos que me encantam, me assustam, às vezes. As fronteiras se espremem entre um computador e outro. E nem era pra ser assim... esse era pra ser só o meu cantinho. 

Ninna.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Dot the I




    "Un baiser c'est le point sur la i du mot aimer."



"Um beijo é o pingo no I da palavra amar"... 

...porque em francês amar tem I e o beijo é o que completa o ciclo. Alguns outros dizem que o beijo sela a vida... eu cá com meus botões poderia sugerir que sela o encontro... ainda que não seja perfeito, ainda que nem haja encanto, ainda que nem haja rimas...
Ando muito a flor da pele, qualquer poeta de meia esquina me faria chorar [um certo prosador me fez lembrar].
E agradeci a lembrança... agradeci minhas referências e comemorei em prosa, num livro velho, a menção que minha mente imunda e bela me deu da frase há muito esquecida... Como amo minhas referências! Como amo ser estranha e sozinha! E pra selar o encontro de mim mesma com as minhas referências... um beijo. Porque vale a pena por os pingos nos 'is'...

E deitei, me lembrei do tempo em que poderia versar sobre tudo o que fosse estranho e alheio como quem beija... como quem sabe exatamente o momento certo para entrar em perfeita sintonia. Deitei, olhei ao alto e lembrei do relógio imaginário. Como quem beija, esquece a vida... e se vê atrasada pra levantar, pra fincar os pés no chão e partir pra briga, ainda que não saiba brigar... partir pro jogo, sem saber jogar. As coisas podiam ser tão imutáveis e tão passíveis de mudanças... as referências, aquelas antigas, do filme repetido, da cena vista, ensaiada, analisada. As referências impulsionavam a lembrar de  ter medo do escuro só pra conseguir um abraço, ou o olhar consolador que há muito foi esquecido. Lembrei de ter medo e de me sentir sozinha, ainda que com a bolsa carregada e os planos prum dia perfeito...

E cá eu, nem sei mais do que falo. Solto palavras que não são tantas, que tão encantam, que não acalentam, tampouco suportam o medo de brigar, de pisar com força no chão e se defender. Eu aqui, nem sei do que ensaio mostrar... nem sei ao certo se minhas entrelinhas são linhas para mais alguém, muito embora não me importe tanto assim... muito embora me entregue a distração de coisas pequenas, outras referências e vá brincar.

Como quem beija, vivo a vida, vivo em plena e absurda redundância... vivo de contextos e referências... pura pragmática... estabilizo imagens e as recorto como bem quero. E  se poder me falta fora, aqui dentro me devora... e consome. Sou dona e possessa de mim e de sentido, não me falto, nem me julgo. Só assim, como quem beija...

Ninna... em certo e absurdo intertexto... longe dos semas... os pingos nos 'is'.


P.S.: A imagem é do filme Dot the I (2003)...surpreendente, cabeça, mais que perfeito... [vi faz muito tempo]... um dito filme do Gael [e só pra constar, eu sou fã número 1 desse moço... a ponto de dar esse nome a meu provável filho].