quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Pensando...

... na sensação que se tem ao acordar dum sonho... quando, naquele meio segundo, o eu do seu presente viaja, em transe, e se distancia do eu do futuro. 
Foi o telefone que tocou enquanto pensava, que me fez pensar o meu próprio eu, que embora bem presente, não passa de futuro remoto. Quem sabe, o toque do telefone não foi a oração sofrêguida respondida... quem sabe não cabe a mim agora aceitar.
Quem sabe as lágrimas desconcertantes que caíram enquanto a voz ao fundo falava não foram reflexo do que se passa aqui dentro. Quem sabe...

Aprendi. Aprendi muito, e em meio a golinhos de café e coca-cola, e a conselhos de amigos que sugeriam um descanso, um tempo [afinal, ligo demais pras coisas], me vi um ser que nunca tinha sonhado ser... me descobri professador, uma ferramenta...a mais estranha das que existem. E não me arrependo de não descansar. 
Me vi de perto e gostei da imagem. Vi um prédio todo de vidro, uma parede gigantesca que assusta ao primeiro toque, um mestre e profissional, um compromisso... e em meio a tudo isso, vi a mim mesma de longe, assistindo... um prelúdio de mim mesma... uma  verdade que ainda vai ser. E só será se Ele permitir. Porque é Dele toda minha essência. É Dele.

Então, porque como em predição, vejo o eu do meu futuro, eu aguardo. E só peço: Jeová, enxuga as lágrimas ao telefone. E ampara minha decisão.

Ninna... 30 horas não são 50, meia promessa, não é promessa. Sou professora apaixonada... sou mais forasteira em encruzilhada. 

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Don't leave me

Não sei se posso gritar mais alto. Quantas vezes eu já te expulsei daqui, ou disse algo que ofendesse? Posso ser tão cruel quando quero ser... sou mesmo capaz de qualquer coisa. Consigo te cortar em pedaços, quando meu coração está partido.

[Mas] por favor, não me deixa! Não me deixa!
 Eu sempre digo que não preciso de você, mas isso sempre acaba voltando pra mim. Como eu consegui me tornar tão detestável? O que tem em você que me faz agir assim? Eu nunca fui nojentinha assim!
Diz que isso tudo é só uma disputa nossa. Que aquele que vence é quem bate mais forte. [Amor, não quis dizer isso. É sério!]
[...]
Eu esqueci de dizer bem alto o quanto você é lindo pra mim. Não sei ficar sem você. Você é meu saco de pancadas preferido. Preciso de você, é sério. Desculpa. I'm sorry. 




Pink - Please don't leave me.




Ninna... she meant it. She's sorry.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Bandeira

Meu mundo pelo momento perfeito. Meu mundo pelo tempo que passa e também fica... pela imagem estabilizada que sente e faz sentir... Meu mundo pelos meus encantos.
E eu nem sei mais o que fazer. Troco tudo por um momento eternizado. Pra eu olhar lá de longe o que foi num instante. Troco o futuro... esqueço que ele dá medo. Tudo pela fotografia perfeita... e eu digo sim e sigo em frente... de cabeça erguida e longe das marcas gravadas na pele e memória. Eu digo sim, e troco, mudo meu mundo!
Não, não entendam... deixem-me com minhas referências e minhas imagens.

Pra fazer sentir... beleza à flor da pele. Aceito e ignoro os medos... fico só pra sentir... a beleza que faz esquecer o medo.



Ninna... por uma beleza assim eu digo sim. 

Link: imagens lindas. Retrato de felicidade... vida a dois. Ando apaixonada por imagens. Visitem: http://www.paulosoaresfotografia.com/

Ruído que embalou o post:

Nada tenho, vez em quando tudo
Tudo quero mais ou menos quanto
Vida, vida noves fora zero
Quero viver, quero ouvir, quero ver
se é assim, quero sim... acho que vim pra te ver...

I quit!

Isto não é um post. Não, não é. Nem é um desabafo...ou nada parecido.
Isto é uma confissão... uma promessa. Sou eu, vestida de mim mesma, sem pseudônimos, sem uma tela de computador mascarando o que posso ou não posso dizer, escrever, gritar.
Esta é uma promessa. Não liguem...não dêem atenção se eu me fizer um clone de Scarlett O'hara e usar o "nunca mais" em vão.

Gosto de ser gente grande. Gosto mesmo. Me apaixonei por essa vida meio ínfima, meio cosmopolita que me invadiu os 21. Gosto de acordar de manhã, enfrentar 8 horas de puro dinamismo, pegar 3 ônibus de volta pra casa, almoçar  em 20 minutos, chegar ao trabalho, tomar decisões, gritar, pular, ser útil, usar um cartão de crédito, pagar contas, elaborar um orçamento, domar uma sala de aula. Chegar em casa com dor nas costas e a sensação de serviço cumprido, dia cheio e me sentindo o mais adulta possível. Gosto disso, gosto de passar por tudo isso só com uma oração forte no começo do dia e um versículo bíblico pra me guiar.
Mas, e quando depois disso tudo, quando bem no começo do ano, logo no primeiro dia, eu levo um tapa na cara... um "acorda! deixa de ser medíocre!" bem  grande na cara?
Cada dia que passa, por mais que eu me sinta bem com  o resto do meu mês, não dá pra não reconhecer que tudo não passa de um pífio esforço pra alcançar o vento. Não dá pra ignorar o quão medíocre eu tenho sido, ainda que "adulta" [suspiro]. Depois de tanto esforço, tantas horas sem dormir direito, tanto dinheiro gasto, tantos livros comprados, tanto planejamento, cursos, certificados, horas extras, não há recompensa nenhuma. Nenhuma.
Tudo o que resta é a mesma preocupação mensal, a angústia de sempre, os olhos inchados de chorar em frente ao espelho, pedindo a Deus que ele me dê um quinhão válido nesse mundo fadado ao fracasso... a mesma ligação desesperada pro namorado, pedindo conselhos, as horas e  horas a fio de reclamação pura recheada de ironia amarga e stress. Mais noites sem dormir por um salário, que embora muito MUITO merecido, não chegou no dia certo... e nem chegará. Contas a pagar... stress, reclamação, eu me tornando uma pessoa amarga, descontando em quem só me quer bem. Chega, mundo! Chega! De ti, está bem claro que não posso tirar nada de bom! Mas reconheço ter um bom adversário...que suga cada dia a mais a vontade que eu tenho de me sentir útil e adulta... minha felicidade por poder crescer... vê o mundo lá fora.
Levei um tapa na cara e doeu. Mas me fez acordar... fez eu ver a necessidade de dar valor ao que é realmente importante... ver que quem está na média, é simplesmente e puramente medíocre... nada além disso. E eu sequer estou na média.
Me escondi apenas no bom senso, no pensamento de que é tão-somente humano não dar valor ao que de fato é proveitoso. Me preocupei tanto em ser útil pro mundo que esqueci da recompensa principal... de quem realmente a pode cumprir... esqueci da promessa de 5 anos atrás... aquela que fiz diante o mundo quando mergulhei até o fundo de uma piscina, debaixo de todos os olhares... mostrando pro mundo todo que realmente fazer a vontade Dele é a melhor coisa a ser fazer da vida. Esqueci... 
Infelizmente esqueci tudo isso, e hoje, quando me olho no espelho de cara inchada, olhos marejados, amarga por toda minha energia sugada pelo mundo e com aquela sensação perene de ser usada, roubada, desgastada, só tem espaço em mim para o arrependimento, para o mudar de atitude... para a oração desesperada pedindo um tapa na cara e uma ajuda. A ajuda. 
E felizmente eu tive... tive o aviso... e cá estou. Fui medida, analisada e considerada falha, medíocre. Valeu, mundo!
E assim... diante disso, eu prometo, não sem ajuda, que hoje foi o último dia que me deixei esmorecer pelo mundo. Chega! As minha lágrimas não vão mais para um sistema injusto, falho, imperfeito. Essas lágrimas não são desse mundo! Que salário atrase, que eu seja demitida, que eu seja injustiçada... esse foi o último dia que chorei e fiquei sem dormir por causa do que não vale a pena. Essas foram as últimas lágrimas. A última noite não dormida. 
Obrigada, tapa na cara. 
A partir de hoje, e com a ajuda Dele, o prêmio bagaço da laranja vai pro mundo! Eis pra ti, o meu pior!

Ninna... não, hoje não é Ninna. Sou eu... Laila. Encantada em conhecê-los. 


quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Backyard door


Pedimos o almoço e sentamos. Estivemos brigando nas últimas e horas, e só a frase quebrou o vazio na mesa:
- Quero uma casa. Quero ainda esse ano.
- Eu quero um quarto com a porta pro quintal e uma cama no chão. E uma banheira... e uma piscina de azulejo.
- [...] Eles nem desconfiam que tu não queres casar comigo.
E eu sorri. Abri a bolsa e comecei a desenhar a porta na nota fiscal amassada.
Não, eles nem desconfiam...

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Dessein

2011 chegou devagarzinho pra mim... ou talvez nem tenha chegado, não sei. Não tracei os planos para o começo de ano, não prometi emagrecer, não objetivei brigar menos, amar mais, guardar mais dinheiro... nada disso. Talvez por isso me deparo com os 3 dias de janeiro, achando mesmo que devia voltar ao 01 de dezembro. 2011 ainda não chegou pra mim... não como devia, não como chega a todos.
Talvez essa seja a grande diferença de quem se está chegando aos 22 com coração e vida de 102... não se fazem mais planos. Não caio mais nessa história de enganar a mim mesma e me vestir de alguém que não sou. Vou continuar gordinha, vou continuar trabalhando e estudando, fazendo 1 bilhão de coisas ao mesmo tempo e nenhuma delas bem feitas. Vou continuar desorganizada, irritada, não-fotogênica, dentro de relacionamento turbulento feito de fases, vou continuar de mal e de bem com o mundo. Vou continuar assim... do jeitinho que sou, a última romântica, a que vive de agenda, a que sonha com os pés no chão, a que gasta mais do que ganha.
Não vou mudar de dezembro a janeiro. E talvez por isso 2011 ainda não tenha chegado pra mim... porque agora, no presente, o único que é fato, não acredito em planos de fim de ano... não acredito que o processo de mudança é exterior, fruto de ações e desejos pro forma.
Acredito apenas na mudança quando ela é de dentro pra fora... e isso nem sempre acontece no começo do ano. Acredito que quando estiver pronta pra estabelecer novos alvos, isso vai acontecer naturalmente. E vou conseguir todos eles naturalmente e quase sem ajuda, como consegui muitas das coisas que tenho e sou hoje.
Por isso não, não estou pronta pra traçar metas e planos de começo de ano. Não estou pronta pra viver janeiro ainda... não esse janeiro ilusório, que só mostra o que podemos ser, até que vem fevereiro e nos mostra o que realmente somos. Vou vivendo um dia de janeiro a cada instante... em sequência, mudando aqui ou ali o que achar que devo, o que Jeová me mostrar que preciso.
Dos planos e alvos, fico só com aqueles que já tenho, e consegui só quando estive pronta... e num casulo fico até que esteja decidida a estabelecer outros. Só assim 2011 vai chegar pra mim.

Ninna...