sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Novos papeis de parede...

"Can you become? Can you become a new version of you? New wallpaper, new shoe leather... a new way home... don't remember...

New version of you... I need a young version of me...
New version of you... I need a youg version of me..." [Felicity's soundtrack]

Ninna... uma busca de uma versão nova. Um post pra quem entendeu o post.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Estranho

E as cicatrizes no joelho direito revelam a tal infância passada num quarto escuro... a última escolha, o telefone que toca e faz palpitar o coração... todas um misto de turbulentas modificações adocicadas e dóceis.

Não dá pra explicar o que faz o coração bater... por mais ou sem menos, sei lá. Mas quando vejo a mão que explica e é tão prontamente acessível, vejo aos poucos, de forma tão palpável o gelo que me vem aos ombros... é tão diferente do que costumava ser.

Li textos sobre miragem... e como não falar dela, se sob um ponto de vista errôneo, eu estaria sempre errada quanto a isso... Só sei que comecei a falar de cicatrizes, e o que me vem aos dedos quando escrevo grita mais alto, e já não posso mais conter... Os N's saem tortos, há setes engasgados em resultados medícocres... Mas numa sala cheia de gente, não dá pra evitar o que vem aos dedos e ao peito... que arfa a menor menção.

Sei lá... o que grita e arfa aqui dentro é tão confusamente abstrato, mas ao mesmo tempo tão relevante... como se mostra incansavelmente acessível, pronto, prostrado... há de ser brincadeira que ninguém entenda... E há quem jogue a primeira pedra, confesso. Mas um quê meu, ou um muito meu... se denuncia e sofre e também ri, porque é tão inacreditavelmente confuso... tão confuso quanto a menção do nome. Uma semana, duas longe do que nos faz sentir a vontade... mesmo entre tapas e beijos, mesmo entre toques e sirenes.

Fevereiro chegaria com seus dias treinados... pessoas novas, lugares novos... a mesma camiseta velha, o mesmo dinheiro esquecido no bolso esquerdo da calça antiga... Estranho premeditar um sentimento tão confuso quanto sentido. Dá até pra senti-lo e tocá-lo quanto realidade... tão estranho desejar coisas... jaquetas e calças. Estranho, inexplicavelmente estranho... pensar em cicatrizes e miragens e escolher roupas para crianças fantasmas, sorrir com conversas fantasmas... ou olhar por ai em desvio um movimento suspeito na avenida... ao mesmo tempo que surge e ressurge a necessidade de proteção... a necessidade de ser sério toda a vida e manter-se longe, seguramente longe.
Nunca fui de falar de aliterações ou sinestesias... mas algo, algo muito Senhora desperta toda essa beleza camoniana... ou, como diriam outros, poesia e prosa regionalista... ou Iracema... nome lindo. Ha! Estranho.

E esse post, o que foi?
Não sei... tenho apenas de 75 a 80% da minha capacidade útil... e me reconheço infinitamente menor que meu objeto de desejo.

Ninna... infelizmente porque, sem porquê... algumas coisas se perdem na tradução. E o que foi, eu não vi.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Low Pass

Enquanto a vida andava pacata... podia-se ouvir ao vento a revolta por um mês meio lento, torto, cheio de dívidas e argumentos.
Enquanto andaria sozinha entre corredores e fios de TV, restariam apenas, na menção dos 21 que vieram recentemente, o mero consolo de um tela em branco, cheia de zeros e ums, ou ainda o consolo pela mão que afaga, o abraço que conforta, o tapinha nas costas que revigora e até ousaria fazer engolir as duas palavrinhas de um resultado medíocre... low pass.

Sim, eu fui medíocre... tanto quanto pude ter sido. Muito melhor um fail glamouroso que um pass cheio de garfadas, custoso a descer.
Que faria eu agora com a carta que embora trouxe respostas, não aparece na carta do correio?Ousaria dizer que estaria perdida, raivosa, lançando fogo do olhar de 21 anos, cuspindo sangue e venando espessa baba... estaria eu perdida, com saudade recôndita e não assumida de uma mão que afaga... uma mão nova, cheia de possibilidades, diferenças de mundo e mentalidade... perigosas diferenças.

Entre os 20 e os 21, aqueles que passaram despercebidos entre quartos de hospital e mesas de cirurgia... há somente o bolso vazio pelo contra-cheque que não chegou- ou tampouco chegará, um coração apertado, porque muito embora gostaria, não sei mentir- só sei blefar, uma cara cheia de espinhas tardias e um bilhetinho suspeitoso num armário vazio.

Como ouvi no comercial cor de rosa do perfume cor de rosa, dono do nome que mais odeio... J'aime ma vie... [no bom francês que não aprendi por completo]... amo minha vida.
Custaria acreditar que amo mesmo isso tudo. Amo mesmo essa vida? Seria ingrata se dissesse que não...

Porque...
...depois de orações fervorosas e pedidos fofrêguidos, sobrevivemos, eu e os meus, a uma sala de cirurgia, em plena mudança para os 21.
...depois de um resultado medíocre, tenho impulso e gana pra tentar de novo.
...depois de ser reconhecida medíocre, tive tapinhas nas costas e um bilhetinho suspeitoso do armário.
...depois de assumir ser dona de uma mente imunda e bela, posso sim ser um mártir, e ter acesso a solução de problemas.
...depois de duas semanas longe, tenho pra onde voltar e ir toda a tarde.
...apesar de tudo, sou amada. Sim, sou querida... e tenho amigos que ligam para saber como estou.
...depois de tudo, relevo mentiras e faço do meu amor um escudo.
...sou gordinha, mas tenho maçãs na geladeira.
...sou tão pequenininha que caibo confortavelmente num abraço.
...fantasmas que reaparecem ocasionalmente me assustam. E não tenho vergonha disso.
...penso e repenso possibilidades e mãos, mas também tenho escudo.
...blefo e falo de trocas, mas é tudo papo.
...aprendo devagar, mas o que aprendo, raramente esqueço.
...acho mesmo que não vou crescer. Tudo bem, isso pode ser um encanto.

Ninna... 24 dias de bolso vazio, 2 semanas sem possibilidades, 42 horas de uma notícia engasgada, 75% de competência... 1828484594 mentiras e 20209393745 mentiras 'esquecidas', 1 fantasma que não desaparece, 2 mãos que aparecem, 1 escudo, 1 mente pensante, 1 mão que escreve e não pensa...


E no saldo de mortos e feridos...
'Noves' fora...
deixa pra lá!








segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Super-heróis e abraços

E de tudo o que um dia possamos desejar às pessoas, não é que elas tenham mais dinheiro, sejam mais, perdoem mais ou se moldem mais. De tudo, uma única coisa... um abraço. Que por um momento, se deixem levar pela calma, pela falta de censura de si mesmo...
De nada adianta o orgulho, o policiar-se a si mesmo o tempo todo, de nada adianta sermos personas de nós mesmos, se nem por um momento, se nem por uma fração de segundos, nos deixarmos levar pela fraqueza, por um abraço... um simples momento sem nenhum pingo de egoísmo... onde podemos ser fracos e fortes ao mesmo tempo, onde podemos balbuciar palavras, entre lágrimas, pedidos de socorro, coração trêmulo e frágil. Nada de egoísmo, nada de máquiagem, o rímel que se borra, misturado ao batom que monta aparência... nada de formalidade ou declarãções proforma.
Tudo se descobre em um abraço. Desejaria que todos tivessem, ao menos uma vez, um abraço... onde tudo morre e tudo nasce. Onde acaba um episódio e começa outro. Onde não há mais forças dentro de si mesmo pra pedir uma só promessa... de que tudo ficará bem. Porque as vezes, um abraço fala mais que mil palavras. Porque as vezes, num abraço, não se pode cumprir a promessa, mas no mesmo abraço, a promessa torna-se mil vezes mais certa que a certeza de se cumprir promessas.
Num abraço se descobrem super-heróis (ainda repudio à nova grafia)... e não, não somos nós mesmos, revestidos de fantasias infantis. Mas as vezes, o herói de capa e galocha que salva o dia é simples e ironicamente aquela pessoa que você maldisse o dia inteiro... por não pagar as contas, por ser mais intolerante que você se julga ser, porque preferir os amigos... Aquele mesmo vilão torto, o que você jurava não querer ver, jurava tentar esquecer... aparece e salva o dia da maneira mais simples, porém eficaz que você jamais jurou presenciar. O mesmo monstro de capa verde, num laçar de braços é capaz de por instantes, ser mais e muito mais que o mais invencível medo... por um instante, em um abraço, você esquece o que teme, porque você vê e chega a ser palpável como alguém consegue ser tão pouco egoísta, assim como você gotaria de ser, por ventura.
Meu dia em um abraço que nem aconteceu. Mas pude sentir, pude palpar, pude ver meus medos e tragicomédias tão pequenos como se fossem nada... Sim, desejo a muitos e a todos, que um dia tenham abraços como este... que um dia, sejam menos, para poder caber num abraço absurdamente livre de egoísmo. Que um dia, deem a cara a tapa, abram os braços para olhares piedosos e beligerantes e todavia orgulhosos, em nome de algo maior. Que um dia se reconheçam insuficientes e falhos, mas não fiquem apenas no reconhecimento... Que andem e andem para frente, sem medo do dedo apontado, sem medo de ser também um mártir... que façam e ajam como se realmente siginificasse algo...
Porque no final do caminho, bem lá no tempo em que se já está cansado, um abraço vale muito a pena. E o medo, que te enlouquece aos poucos, as lágrimas que te deixam acordado a noite, os pensamentos que não sossegam a mente... quando se tem um super-herói de braços enormes, tudo isso desaparece, mesmo que por instantes, em um abraço absurdamente livre de egoísmo! E vale muito a pena!
Ninna... grata porque é tão pequena que cabe num abraço. Grata porque tem em quem ter fé. Aflita, porque nada é certo. Confiante, porque Jeová me ouvirá. E não, esse abraço não aconteceu. Mas sei, que os braços do super-herói de capa e galocha estarão alí, das 5e30 da manhã até tempo indeterminado.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Já que ninguém sabe...

"Quando alguma coisa começa geralmente não se tem ideía de como vai terminar ...
a casa que você venderia se torna seu lar...
colegas de quarto que você foi forçada a compreender se tornam a sua família...
e o lance de uma noite só que estava determinada a esquecer se torna o amor de sua vida..."
( Meredith Grey apud blog vizinho).

... E o dia que você achava que nunca ia chegar... não é o pior, mas o melhor de muitos outros dias.
.... E o trabalho que você deixou pra depois, foi calhar justamente em seu melhor projeto.
... O emprego que não chegaria ao currículo, tornou-se o motivo de um rostinho sorridente...
... A cara que você odiou conhecer, tornou-se o motivo principal para levantar da cama...
... O pijama mal traçado que você escolheu se torna o mais confortável para deitar e sonhar...
... O amigo que você amava torna-se o pior monstro que passou por sua vida.
... O inimigo que você repudiava vira sua única companhia num mundo escuro.
... O desafio que você nunca esperava vencer vira um motivo a mais pra vibrar.

E assim tocamos a vida... de bolso vazio, coração apertado e boca fechada (nossos maiores medos tornam-se realidade por ventura e em aventura.).

... O contracheque mais esperado do ano dá lugar a uma casa nova com piscina.
... E em meio a turbulentas manifestações de revolta, um sorriso no fim do túnel. Uma tela e dois corpos, dois sorrisos, dois armários, uma casa nova e o pensamento que não morre nunca... 'eu gosto de você'.

E quem diria... eu só tenho 6 anos.

Ninna...
feliz da vida por uma casa nova. Triste da vida porque haverá muito espaço... Apreensiva porque ama muito alguém. Sorridente... porque tem 12 anos a menos.
... e já que ninguém sabe, temos a liberdade de apenas sorrir.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Persona

Mesmo que fugindo de lugares comuns, velhos clichês que invadem o começo do ano com planos que decerto não sairão do papel e novas e velhas frases de efeito, além de meticulosas afirmativas de 'eu cresci!'... venho ainda que de cara nova (ou velha)... matar a saudade que apertava aqui no peito... essa vontade de dedilhar... num vício que nada se assemelha ao de lançar tiros de fogo.
Quando esse mundo pagão se rende à suepertições e ondas a serem puladas, não há como evitar seguir a mesma linha de pensamento e falar do que foi e do que será. Não há de ser falar com demagogia e propriedade e afirmar erroneamente que apenas dois dias de alimento superior foram o suficiente para rechaçar 365 dias de pura maldade e tiros que não somente feriram, mas mataram muito do que foi e nunca talvez será novamente. Mas ainda assim, quem não vive de definições pessoais e planos de uma vida toda, ou um ano todo... não vive, apenas se esconde em meio a dias. E como não quero persistir em erros que não acresecentam nada, me reservo o reles desejo e direito de falar do que aconteceu.
Não, não hei de ser aprendiz de demagoga ou aproveitar-me de um zelo temporário (que talvez seja ou não).... mas se diante de tudo o que nos bate a porta e todos os avisos vindos de cima batidos em tecla repetida, não se há de reconhecer o que é realmente verdade e proveitoso... não veremos nunca que temos de mudar e mudar de opiniões.
Se em 7 anos, e em recentes dias ignoro todos os avisos dados... então, não há mais jeito, e me reconheço uma porta burra, caiada, superficial e hipócrita. Sim, porque ser ser humano, daqueles que batem a porta falando dA Palavra... se requer pensar e decidir no íntimo o que será o futuro... hei de ter um futuro.
Mesmo que isso signifique ignorar as feridas (que não foram poucas), engolir o orgulho, o direito de se estar certo e se render ao que é mais importante. Apenas em nome do que é mais importante. Isso faz parte da busca, de uma consciência leve ao final do dia... de sair as 4 e voltar as 22 com 5 horas na bagagem... cinco horas de pura felicidade clandestina. E eu que pensei que esta fosse exaltar a si mesmo... pura ignorância.
Para 2010?
Mais do que emagrecer, quero humildade... é só o que peço para esse ano... mesmo quando o que há em volta é puro orgulho e intolerância... mesmo quando o simples benefício da dúvida não lhe é respeitado. Pura e simplesmente. É só o que quero.
Não fui boa. Talvez até teria sido, mas não fui boa... meu coração foi mau a maior parte do tempo. Me orgulhei disso, o pior foi isso... e é o que me arrependo. Não porque sempre fui má... mas porque aprendi a ser, aprendi a ofender... mesmo que tenha sido na intenção procurar uma defesa... uma réplica em meio ao ataque. Nada justificável... Aprendi a ser um monstro... e isso é o que deploro.... nunca gostei de monstros.
Não fui boa... e me julguei uma tola crescida... Antes fosse a boba carente de sempre... seria melhor pra mim e melhor para dormir a noite... Se crescer, nesses 365 dias que passaram, signficava ser um monstro... devia mesmo ter permancido criança, boba, menina...
Não hei de ser reconhecida pelas batalhas vencidas... não vale a pena. Talvez seja surto de ano novo... mas não vem só de mim... é algo mais forte aqui dentro que bate e avisa... as vezes a gente acorda e se dá conta que ser um joguete do Diabo não faz bem... só maltrata e abandona. Mesmo não sendo fácil deixar de ser má... há de vir um esforço. Sem demagogias... apenas as tentativas de quem foi avisada... e leu e estudou e pesquisou, foi medida e foi reconhecida insuficiente. Viu o que é ser bom e sabe que só é nada.
Ninna... medida, analisada... e considerada insuficiente. Um monstro insuficiente... um joguete... de quem só ri e graceja, ao apanhar uma nova vítima.
P.S: Porque o nome do post é persona?!
De Jung, o teórico da psicanálise, o que constitui a personalidade do homem são vários 'estágios'...
O primeiro,a persona, é a máscara do ator... o que ele mostra e de fato não é. As qualidades aparentes, que na busca de si mesmo, são as primeiras a serem refutadas.
Persona. O que aparentamos ser, nem sempre somos.