terça-feira, 25 de maio de 2010

Kryptonite

E tocava lá no fundo a musiquinha do tal super-homem... aquela que nos dizia: "if I go crazy, will you still call me superman?!"... e nem importava muito se os carros passavam na janela ou se uma estranha obsessão somava-se ao medo, lembro só da dúvida que teimava em importunar a noite, e mesmo tendo levado em vitória o orgulho, saiu meio encabulada, sofrêguida e cambaleante: "É kryptonIte?"

'É kryptonAite!" Claro, não poderia ser diferente...
Em outros tempos, a situação seria motivo de análises e textos acadêmicos bem escritos, talvez até crônicas e artigos a serem publicados com denodo. Mas, de tal forma, não teria tanta graça... se todas estas deram lugar ao suspiro e a um gemido de felicidade e agonia no meio da rua... justo quando passava quem não poderia ter presenciado tal fato. É... nos últimos tempos tenho esquecido das situações-limites do dia-a-dia, das reclamações típicas de um bom capricorniano; vou apenas lembrando da confissão sincera e bem-vinda da amiga, aquela velha disputa protagonista X coadjuvante... vou modificando o modo de encarar as coisas, as responsabilidades do dia-a-dia, a chuva que resolveu cair naquele exato momento, as cobranças, a frieza, a mesmice...
É que de repente, posso reconhecer que tudo que perpassa o dia e a semana e o mês... todas as situações e desafios trouxeram o privilégio de ser mais otimista... de acreditar que o pedido será por certo deferido, de acreditar que meias-verdades não são mentiras, de roubar um pouco pra mim a identidade perdida... e de sim, de esquecer que, por vezes, as criptonitas queimam.

E eu que fui inconstante, até certo ponto, inconstante ao ponto de cambalear entre os limites tênues da racionalidade e emotividade... e eu, que jamais arriscaria sorrir em meio a cataclismas e situações-limites, me reservo o direito de guardar um restinho do meu dia pra esse cantinho... o direito de lembrar de músicas e situaçoes ridículas, falar meias-verdades e não sentir vergonha por isso... ficar até mais tarde só pra poder morrer de rir. Esquecer que criptonitas não são flores... e que sonhar com os pés do chão é, de fato, mais seguro... mas nem de longe tão divertido quanto mergulhar em insensatez!

E se mais tarde, quem sabe, eu voltar aos limites da racionalidade, os pés voltarão ao chão, mas com muito mais impacto.

Ninna... a blusa manchada, o trabalho não feito e os bolsos vazios já não importam tanto.

sábado, 15 de maio de 2010

Tiédeur


Dizem que pra cada sentimento, há uma palavra... dizem que falar cura males emocionais... dizem que quando acontece algo que nos tira o fôlego, quando o mundo fica de cabeça pra baixo, um belo post faz as vezes de confidente. E não sou ninguém pra falar... ando afastada de tudo de todos, de amigos, bolos e palavras. Mas, volto ao meu cantinho, pra satisfazer o desejo que arde em peito... Como é bom matar minha saudade... voltar a minha tela laranja, quando o mundinho quadrado dá lugar a um universo mais redondo... que bom é dedidlhar.


E eu sou só sorrisos e lágrimas... alternados nesses dias corridos, entre um suspiro e outro. E vez por outra, consigo me lembrar vagamente naquela velha frase... quão importantes as pessoas são. Deus se deu até o luxo de criá-las e encher o mundo delas, para que déssemos valor... Mas é tão somente humano nos rebelarmos contra os planos divinos, que mais que ocasionalmente acabamos esquecendo da importância delas e as tiramos de nossas vidas no mais simples piscar de olhos. Engraçado...


Não hei de cair em ato-falho mais uma vez, mas é que esses dias sozinha me fazem pensar na importância que algumas pessoas têm para minha mais necessária sobrevivência. Quando nem livros, ou músicas ou gestos e polidez substituem a falta que pessoas fazem... não há coração de pedra que resista à falta delas. Não há orgulho ou falta de amor, ou crise que impeça saudade.


Sim... saudade. Por mais difícil que seja falar sobre o assunto, ou por mais desconfortável que pareça cair no mesmo erro e não ser correspondido, não dá pra negar que não adianta se esconder, bater o pé e decidir mudar, decidir tirar do peito quem não nos faz bem; esse bicho saudade sempre volta pra colocar os pingo nos is e finca-se decidido a nos fazer sensíveis...


E por falar em sensibilidade... a tpm já foi, o contra-cheque já chegou, o modelo do vestido já foi escolhido e desisti de esperar pelo beijo roubado, ou pelo sapo encantado... mas tem um nó na garganta, uma coisinha mais a ser dita, um argumento a mais que atormenta a inércia... é essa falta que pessoas fazem. É essa falta de ouvir e dizer, essa lembrança gostosa de velhos dramas que me vem entre um ônibus e outro. É pura e simplesmente saudade romântica de parar e respirar e aproveitar pessoas... aproveitar minhas pessoas especiais.


Vi a blogueira vizinha falar sobre dramas... a vida ensina. Ensina mesmo, eu concordei. Só resta saber se estamos dispostos a aprender... a aprender a viver de dramas, no sentido mais bonito da palavra. E sim, eu sinto saudade de pessoas... sinto falta de soltar os bichos num palco desconhecido, falta duma fase spoletto e currículo no cna, das conversas de msn... saudade do gato dos velhos pontinhos brilhantes, das declarações de amor e ódio... saudade de ouvir... saudade de também ter fases... essas fases de andar junto.



Ninna... pensando nas pessoas... pensando na minha mais necessária sobrevivência.