A gente sabe quando escrever torna-se um vício quando uma postagem atende mais as nossas necessidades de amizade e compreensão que qualquer outro amigo. Quando em vista do medo tornado realidade, anseia-se acima de tudo, uma tela em branco, uma paginazinha de zeros e uns, que nos permitem escrever, desabafar, chorar e esquadrinhar situações sem o medo de ser julgada, ridicularizada e analisada.
Foi assim. Ponto. A necessidade de escrever era maior. maior que o medo, que o embaraço, maior que a chuva. Ao mesmo tempo em que os vi, construi meu texto. Palavras da menina dona da insegurança. Palvras da menina que desesperadamente tateia fôlego quando acontece o que menos se espera.
Os dias que a gente lembra com o passar do tempo, os melhores dias de nossas vidas, assim como os piores e também os mais importantes acontecem quando achamos que serão dias normais. Dias pacatos, de mensagens rotineiras, afinal, são os que nos reservam grandes surpresas...e nem sempre tão agradáveis.
Claro, já houve situações assim. Conhecia o terreno, já andei por ele antes. Reconheceria até cega, perceberia a tensão mesmo se não estivesse presente. Mas assim, daquele jeito, não. Nunca. Os três, os quatro... Os olhares, as lembranças. Dizem que os neuróticos sofrem de memória. Palavras de Nelson... ou Veríssimo. Sabe-se lá. Ainda assim verdade. Maldita memória.
"e se garante no que faz"... era o que lembrava. De todas as outras memória, justo essa. E se garante no que faz. Tão diferente das outras vezes. Nelas eu via, analisava, continuava, apoderava. Mas assim, os três, os quatro... Tão diferente. E tão diferente de mim.
Uma guerra fria, como pareceu ser a frase do dia. E o rosto, como quem diz: 'desculpa!", mesmo sem ter culpa. Talvez fosse melhor nem pensar, nem ter me feito pensar. Numa tentativa desconsertada de me proteger de algo que eu sabia não ter proteção alguma. De tantas vezes, e de todos os modos, sabia que deste fato não poderia fugir. Reconhecia isso entre pinceladas e batons, entre blusas e sapatos. Todas as vezes repetia a cena, num final de semana ou outro. Ensaiava, gracejava, maquiava, modulava. Mas sabia que era fato. Mas não hoje... em meio a retoques e distrações.
E simplesmente, aquele momento me fugiu... Do nada. A sensação de olho no olho. A postura... E nem um cumprimento? Nada! O que de mais estranho... NADA.
De mim fica o de costume... o pensar, os detalhes... como de criança aprendera. Apreende-se os detalhes de tudo... Sempre há detalhes. Mesmo os que fazem sofrer e nos tiram o fôlego. Mesmo os que matam um dia simplesmente pacato.
"e se garante no que faz?'
Ninna... um parágrafo para cada pensamento. Um bittersweet end, digno de efeitos placebo. Na onda do hiperlink, e ainda sem fôlego. De que interessa? Uma tela substitui amigas e o espelho aponta as diferenças.
... talvez ainda na memória. Maldita memória!
"um dia desses, num desses encontros casuais... talvez eu diga: minha amiga, pra ser sincero, prazer em vê-la... até mais!"
Um comentário:
Te ver aqui, com tanta clareza e certezas, me faz sentir um velho sábio. Deste o dia em que li a "menina que gostava do sol" (acho que era isso) ou o "conto"de terror inacabado, por medo da própria escritora" que tinha certeza do teu jeitinho.
continue, tá muito bom.
Teu fã
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